Em entrevista à Revista CARAS em 2019, o ex-apresentador Cid Moreira, que completa 97 anos neste domingo, 29, revelou que não se incomodava com a velhice
Cid Moreira, uma das vozes mais conhecidas do Brasil, está celebrando 97 anos neste domingo, 29. O locutor, jornalista e ex-apresentador do Jornal Nacional, da TV Globo, concedeu uma entrevista exclusiva à Revista CARAS em 2019, onde falou sobre sua rotina de cuidados com alimentação e revelou que não comia carne vermelha há mais de trinta anos. Além disso, disse que a velhice não o incomodava. “Trouxe tranquilidade”, afirmou.
O comunicador contou que sempre cuidou da alimentação. Há mais de 30 anos, ele tinha cortado a carne vermelha. De manhã, somente frutas. No almoço e jantar, muitos legumes. “Temos uma horta aqui. É tudo fresquinho e orgânico. Também presto muita atenção à mastigação. Como sempre sem pressa. É importante”, ensinou ele, na época.
Cid também relevou que quase não saía de casa. “Nunca fui baladeiro. Sempre gostei muito de trabalhar e de jogar tênis”, falou o locutor, que não se importava com a idade avançada. Na ocasião, ele tinha 92 anos. “Me trouxe tranquilidade. Me considero abençoado por Deus (…) No rádio, falava fora do meu tom e saía afônico. Mas nunca precisei operar. Um milagre!”, falou.
O comunicador também não é saudosista. Acredita que seja por ter vivido intensamente todas as fases. Mesmo assim, diariamente, quando William Bonner, atual líder do JN, diz “boa noite”, ele responde: “Claro!”.
TRAJETÓRIA
Cid Moreira nasceu em Taubaté, São Paulo, em 1927. Ele iniciou sua carreira em 1948, na Rádio Nacional de São Paulo. Em 1955, a TV Tupi o contratou, e ele passou a apresentar programas memoráveis como O Mundo é um Moinho e Aqui e Agora.
Em 1968, a Rede Globo o contratou, onde Cid se tornou uma figura icônica ao apresentar o Jornal Nacional por 26 anos. Além disso, foi o narrador de diversos programas da emissora, incluindo Globo Repórter, Domingão do Faustão e Esporte Espetacular.
Cid não trabalhou somente como locutor e jornalista. Em 1955, atuou no filme Angu de Caroço, dirigido por Eurides Ramos. A carreira como ator não durou muito, entretanto, Cid passou a se dedicar à sétima arte como narrador de diversos documentários.
Cid Moreira foi o narrador de um áudio-livro da Bíblia Sagrada cristã lançado em 2001. A gravação demorou seis anos para ser concluída e tinha como objetivo oferecer acesso aos cegos e analfabetos ao texto religioso. Esse projeto de grande sucesso tornou-se um marco na história da locução e da comunicação no Brasil.