‘Muita tortura’, parente conta que facção confundiu jovem esquartejado com traficante em Salvador
Corpo foi encontrado em partes, além de estar decapitado, dentro de um carrinho de mercado
Publicado em 29 de setembro de 2024 às 12:33
A vítima estava desaparecida desde sexta-feira (27), quando saiu de casa, por volta das 17h. “Moradores dizem que os bandidos deram um murro nele. Ele falava que não era ele, que estavam o confundindo. Mas botaram Richard na mala do carro”, conta u parente da vítima, que não será identificado para preservação da própria imagem. “Quando chegou umas 18h eles ligaram para um amigo de Richard, por chamada de vídeo, o menino atendeu e mostraram meu primo no chão, com armas em volta”, narra.
Depois, o amigo da vítima foi até a casa da avó de Richard para contar o que estava acontecendo. Os sequestradores ligaram outra vez. “Falaram: ‘fale com sua família, olhe para sua família aí’, e Richard estava sentado e olhou pro celular”, relembra a familiar, chorando. O grupo armado ainda entrou em contato com a irmã da vítima, avisando que iria matar o jovem porque ele era de uma facção rival.
Os familiares chegaram a fazer rondas no bairro para encontrar o jovem, mas sem sucesso. Eles também chegaram a procurar a vítima no Hospital Geral do Estado (HGE) e na Delegacia de Itapuã. Os amigos buscaram pelo menino até 3h da madrugada de sábado (28).
“Pela tarde, vimos a notícia de que encontraram o corpo no carrinho de mercado. Eu que fiz o reconhecimento. Ele estava em um estado muito triste. Não merecia o que fizeram com ele. Cortaram os dedos dele, o corpo foi dividido, fizeram muita tortura”, relembra.
Para a parente da vítima, o corpo só foi encontrado porque a família não deixou de buscar. Moradores da região contam que os traficantes deixaram as partes do jovem em local público, por volta das 10h do sábado.
“Ele era um menino trabalhador, direito, corria atrás do seu, sem roubar de ninguém. Foi morto aos 21 de idade, tão jovem. Não merecia o que fizeram com ele”, diz.
A família ainda não confirmou o local e data do enterro. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso.