As críticas incisivas que Tabata Amaral (PSB) dirigiu a Guilherme Boulos (PSOL) no debate de sábado (28) da TV Record fazem parte de estratégia para capturar os votos anti-Boulos que no momento estão com Ricardo Nunes (MDB) e devem ser mantidas na reta final do primeiro turno, segundo apurou o Painel.
Pesquisa Datafolha mostrou que o prefeito tem só 16% de seus eleitores com convicção da escolha. Diante disso, a deputada federal crê que apontar fragilidades do psolista pode ajudar a transmitir coerência e independência e colocá-la como opção para essa fatia do eleitorado.
No debate, a parlamentar disse que Boulos mudou de opinião sobre descriminalização das drogas, legalização do aborto e ditadura na Venezuela durante a eleição e perguntou como ele lidaria, se eleito, com o fato de que o PSOL mantém as posições das quais ele recuou.
“Você, nesta eleição, abriu mão de posicionamentos históricos que você e seu partido defenderam veementemente”, disse Tabata.
“Isso gera um questionamento para as pessoas: como é que você vai governar com seu partido contra quando já existe uma dificuldade com partidos à direita?”, perguntou a pessebista.
Boulos reagiu com surpresa e respondeu que a fala de Tabata não corresponde à verdade e que prefeitos não governam para seus partidos, mas para toda a população.
Após o evento, ele disse que a postura da adversária havia sido lamentável e que ela deve responder sobre o motivo de atacá-lo enquanto ele disputa com “dois bolsonaristas“, Ricardo Nunes e Pablo Marçal (PRTB), uma vaga no segundo turno.
A deputada disse, também após o debate, que suas posições sempre foram claras e que, por exemplo, sempre foi contra o aborto e não mudou seu posicionamento com objetivos eleitorais.
Para a campanha de Boulos, o tensionamento da relação com Tabata é visto como negativo, já que ele pretende ter o apoio dela no segundo turno e, por isso, não deve retrucar as críticas com veemência.
Para a deputada, no entanto, que ocupa a quarta posição nas pesquisas de intenção de voto, a manutenção da disputa nos termos atuais, sem fatos novos, significa ausência do segundo turno. Na pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (26), ela apareceu com 9%, atrás de Nunes (27%), Boulos (25%) e Marçal (PRTB, 21%).
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