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Governos sucessivos fracassaram ao atrair turistas para o Brasil

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País recebe há anos só perto de 6 milhões de visitantes estrangeiros por ano; meta fixada por Lula é de 8,1 milhões

Sucessivos governos fracassaram na tentativa de aumentar o turismo de estrangeiros no Brasil, com o número total variando na faixa de 5 a 6 milhões por ano na última década e meia. Agora, a meta da administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é chegar a 8,1 milhões em 2027.

Em 2023, o 1º ano do Lula 3, foram só 5,9 milhões, menos do que em vários anos anteriores a 2020, quando o Brasil e o mundo enfrentaram a pandemia de coronavírus. De janeiro a julho deste ano o número saltou para 4 milhões, segundo o Ministério do Turismo. Se a quantia se repetir no 2º semestre, o país pode bater o recorde.

O governo precisará acelerar o ritmo médio das chegadas internacionais no país para atingir a meta que estabeleceu no Plano Nacional de Turismo 2024-2027. O país nunca chegou perto desse número –nem ao sediar a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016). Eis a íntegra do plano (PDF – 10,9 kB).

O Ministério do Turismo foi criado em 2003, no 1º mandato de Lula. A alta no número de turistas estrangeiros no Brasil foi de 44% nos últimos 20 anos, entre altas e baixas. Agora, precisaria crescer quase o mesmo (37%), mas em só 4 anos.

O resultado até o meio de 2024, entretanto, é 10,4% superior ao verificado no mesmo período de 2023. Caso esse crescimento se mantenha até o fim do ano, estará a frente da média de crescimento necessária para atingir a meta em 2027.

Turistas estrangeiros no Brasil

O Brasil recebeu ao menos 6 milhões de turistas estrangeiros anuais de 2014 até 2019. No período, o país foi sede a Copa do Mundo da Fifa em 2014 e as Olimpíadas do Rio, em 2016. Depois da pandemia, que derrubou o setor de turismo, o país ainda não retomou esse patamar de visitantes.

A título de comparação, mesmo que o Brasil atinja a meta estabelecida para daqui a 4 anos, o resultado ainda será 9% abaixo do número de turistas que foram ao museu do Louvre, em Paris.

A atração francesa recebeu, no ano passado, 8,9 milhões de turistas. Sendo que só 32% eram da própria França. Em 2023, o Brasil recebeu 5,9 milhões de estrangeiros, 33% a menos que o total do Louvre.

Outro objetivo do Plano Nacional é que o Brasil se torne, até 2027, o principal destino turístico da América do Sul, ultrapassando a Argentina. Segundo o documento, o país foi o 2º lugar de 2011 a 2019. Durante 2020 e 2021, os números ficam de todos ficam prejudicados pela covid-19.

Depois da pandemia, o Brasil voltou à mesma posição, novamente dos destinos argentinos. O governo avalia que é preciso baratear o deslocamento até o país e também internamente, melhorando o custo-benefício como destino turístico.

Em 18 de setembro, quando Lula sancionou a nova Lei Geral do Turismo, o presidente declarou que ninguém quer visitar locais pobres, cemitérios, campos de concentração ou praias poluídas.

“Agora, ninguém quer fazer turismo para coisa ruim. Ninguém quer fazer visita de turismo em cemitério, ninguém quer fazer visita de turismo em local de muita pobreza. Ninguém quer fazer turismo em campo de concentração. Em lugar de refugiados. A gente precisa fazer turismo em coisas que são atrativas”, afirmou na ocasião. 

Em Buenos Aires, entretanto, há grande fluxo de turistas para ver o túmulo de Evita Perón, no Cemitério da Recoleta. O mesmo acontece em Londres, onde está o corpo de Karl Marx no Highgate Cemetery. Ou em Moscou, onde está o Mausoléu de Vladimir Lênin. 

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