O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro formou, nesta terça-feira 1º, maioria para barrar a candidatura de Rodrigo Amorim (União) à Prefeitura do Rio de Janeiro.
Dos sete desembargadores do TRE-RJ, seis se manifestaram para acatar o pedido do Ministério Público Eleitoral para impugnar a candidatura. A sessão foi suspensa.
Se a maioria se confirmar, já que os desembargadores ainda podem mudar o voto até o fim da sessão, esta será a segunda vez que o TRE indefere a candidatura de Amorim.
Em setembro, ele teve a candidatura barrada por ter sido condenado pelo TRE-RJ, em maio, por violência de gênero contra a vereadora trans de Niterói Benny Briolli (PSOL).
O candidato, porém, entrou com um recurso contra o indeferimento e conseguiu recuperar o direito a concorrer no pleito deste ano. O Ministério Público Eleitoral também recorreu, resultando na possível nova impugnação.
Caso o indeferimento se confirme na sessão desta quinta-feira 3, ainda restará recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral. Na prática, ele deve se manter como candidato, já que o primeiro turno das eleições acontece neste domingo 6.
Entenda a condenação por violência política
Amorim, deputado bolsonarista que ficou conhecido ao quebrar uma placa com o nome de Marielle Franco às vésperas da eleição de 2018, foi condenado, em maio, a um ano e quatro meses de reclusão, além de multa, por ofensas dirigidas à vereadora de Niterói Benny Briolly (PSOL). Mais tarde a Justiça converteu a pena em prestação de serviços comunitários.
O deputado chamou Briolly, uma mulher trans, de “boi zebu” e “aberração da natureza”, atitude que a Justiça considerou “constrangimento, humilhação e perseguição” com base em discriminação e menosprezo à vítima.
O bolsonarista se envolveu recentemente em mais um episódio de violência. Ele e integrantes de sua equipe agrediram o candidato a vereador Leonel Querino (PT), conhecido como Leonel de Esquerda, durante um ato de campanha no último domingo 1º. Leonel chegou a ser internado em Unidade de Tratamento Intensivo e teve alta na segunda-feira. Amorim alegou “legítima defesa”.