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Mulher de Marçal não transferiu título para São Paulo – 01/10/2024 – Poder

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Diferentemente do que afirmou o candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) no debate promovido pela Folha/UOL, nesta segunda-feira (30), sua mulher, Ana Carolina de Carvalho Marçal, não transferiu o título para a capital paulista e, por isso, não poderá votar nele. Ao responder uma pergunta de Thais Bilenky, colunista do UOL, ele disse: “A minha esposa transferiu o título”.

Mas, como mostrou Thais em sua coluna, isso não é verdade. Ainda durante o debate, ela emitiu uma certidão da Justiça Eleitoral mostrando que Ana Carolina vota na cidade de Santana do Parnaíba.

A Folha confirmou a informação ao fazer uma busca no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na área de acompanhamento de solicitações. Ali aparece que ela é atendida pela zona 428 do estado de São Paulo. Essa zona fica em Santana do Parnaíba, na região metropolitana da capital.

À reportagem, Marçal disse que “a Carol deu início ao processo de transferência, mas, infelizmente, não foi efetivada por algum problema sistêmico”, e que o apoio dela “vai muito além da urna”. Questionado sobre qual teria sido o problema, ele não respondeu.

Também no debate, Marçal voltou a repetir uma desinformação durante ao citar o número errado de seus adversários na disputa.

Sem mencionar o nome de Guilherme Boulos (PSOL), mas referindo-se a ele, Marçal disse que o número de urna do deputado seria o 13, o que não é verdade —Boulos é 50. Treze é do PT, legenda que não tem candidato próprio e apoia o psolista.

A prática de associar um número errado já foi utilizada por Marçal em outros momentos. Em debate na TV Gazeta, ele já tinha se referido a Boulos citando o número do PT.

No Instagram, o empresário desinformou também ao falar que 13 seria o número de Tabata Amaral (PSB) —ela é 40. O post levou o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) a conceder direito de resposta da parlamentar nas redes sociais de Marçal por entender que ele publicou um conteúdo sabidamente inverídico que induz o eleitorado a erro.

A atitude é vista como uma estratégia para confundir possíveis eleitores distraídos e fazer com que seus concorrentes deixem de levar os votos. Ao digitar o número errado, e um número inexistente na disputa, como o que Marçal cita, o eleitor tem seu voto anulado.

Segundo o Datafolha, 39% dos eleitores que já sabem em quem votar não sabem citar o número de seus candidatos e 10% dizem saber, mas o mencionam incorretamente —48% acertam. Dos que vão votar em Boulos, 61% acertam o número, e, em Marçal, 61%. Os que erram são 8% e 6%, respectivamente.

Confira abaixo o número de urna dos candidatos à Prefeitura de São Paulo:

  • Altino Prazeres (PSTU): 16

  • Bebeto Haddad (DC): 27

  • Guilherme Boulos (PSOL): 50

  • João Pimenta (PCO): 29

  • José Luiz Datena (PSDB): 45

  • Marina Helena (NOVO): 30

  • Pablo Marçal (PRTB): 28

  • Ricardo Nunes (MDB): 15

  • Ricardo Senese (UP): 80

  • Tabata Amaral (PSB): 40

VERDADEIRO OU FALSO

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