A quatro dias do primeiro turno, Tabata Amaral (PSB) criticou a campanha de Guilherme Boulos (PSOL), disse ver “desespero” no pedido de voto útil no deputado e citou repasses milionários recebidos pela candidatura do rival.
A deputada federal, que aparece em quarto lugar nas pesquisas de intenção de votos, comemorou oscilação positiva em levantamentos recentes.
No divulgado na segunda-feira (30) pela Quaest, com margem de erro de dois pontos, ela registrou 11%, três a mais que na semana anterior.
Já Boulos apareceu tecnicamente empatado com Ricardo Nunes (MDB, 24%) e Pablo Marçal (PRTB, 21%).
Nesta semana, intelectuais e artistas lançaram um manifesto pedindo voto útil em Boulos no primeiro turno para evitar um segundo turno entre dois bolsonaristas.
Em entrevista a jornalistas na região do Brás, a candidata do PSB criticou o deputado do PSOL, apontou nele falta de capacidade de diálogo e citou a arrecadação da campanha dele.
“É o desespero de uma candidatura que está com R$ 66 milhões de dinheiro declarado de campanha e estagnou”, afirmou ela. “Não consegue crescer porque uma coisa é fazer militância, levantar cartaz, outra é sentar como deputado ou prefeito, trazer o governador, o presidente e enfrentar os problemas reais que a cidade enfrenta.”
Tabata citou ainda que as pesquisas mostram que, em um eventual segundo turno, o psolista perde para Nunes.
A candidata do PSB já vinha criticando o chamado voto útil nas últimas semanas, mas intensificou os ataques a Boulos no último debate da Record, que aconteceu no sábado (28). Ela questionou o adversário sobre ter mudado de posição em temas como aborto e a situação política da Venezuela.
Boulos driblou e disse que governará para toda a cidade, não apenas para os que têm as mesmas ideias ou as do partido dele.
Na segunda-feira, no debate promovido pela Folha e UOL, ela repetiu a estratégia e sugeriu a possibilidade de um descontrole nas contas públicas em uma eventual vitória de Boulos.
O candidato reagiu, disse que não ia reagir a esse tipo de ataque, e afirmou que ele e Tabata estão “do mesmo lado”.
“Eu acredito que você faz parte do campo progressista, do mesmo campo. Apesar das diferenças que a gente tenha, eu acredito que nós estamos do mesmo lado.”
A deputada federal aposta em um endurecimento no embate com Boulos na reta final da campanha na esperança de crescer nas pesquisas e tentar garantir uma vaga no segundo turno.
Em entrevistas, ela nunca diz quem deve apoiar no segundo turno, afirma que ainda tem esperanças de passar para a etapa seguinte e que, se isso não ocorrer, não vai fazer campanha para nenhum adversário, mas deve indicar o voto no “menos pior”.